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Podcast: nesta casa, servimos ao Asa Noturna

Participei de um episódio do podcast dos parceiros da Mansão Wayne para exaltar a vida e obra de Dick Grayson, aquele que o site The Nerdist chama de “o maior herói da DC”. Não discordo.

Por THIAGO CARDIM

Embora, durante algum tempo, não fosse a tarefa mais fácil (afinal, PASMEM, ele não foi exatamente um campeão de popularidade lá nos anos 1990, por exemplo), dá pra dizer que hoje é relativamente tranquilo dizer que meu personagem favorito da Marvel é o Homem-Aranha. Já é meio que esperado, garoto-propaganda da editora, queridinho dos fãs, aquela coisa toda. Mas quando me questionam quem é o meu favorito na DC Comics, aí o bicho pega. Porque o primeiro colocado, assim, de bate-pronto, vai ser sempre o Arqueiro Verde – e isso já deixa muita gente de queixo caído, meio que esperando que eu fosse responder Batman ou Superman. Só que quando o assunto vira o Morcegão, inevitavelmente eu acabo entrando na seara sobre o meu segundo favorito da Distinta Concorrência, que em alguns momentos acaba ficando até pau a pau com o Oliver Queen.

E aí, à queima-roupa, não só eu levanto o nome do Asa Noturna como ainda carimbo, para surpresa geral da galera: “inclusive, acho ele MUITO MELHOR PERSONAGEM do que o Batman”. É neste momento que a conversa geralmente dá uma descambada e vira um papo de boteco sobre gibi de hominho.

Eu sempre preferi a visão mais positiva do Dick sobre a vida, o seu bom humor, um comportamento ensolarado que é praticamente o oposto diametral de Bruce Wayne. Isso desde que ele era o primeiro Robin, aliás. Porque, nos Titãs, tava claro que isso fazia dele inclusive um líder MUITO melhor do que seu pai adotivo – que, cá entre nós, também nunca fez muita questão de liderar e algumas vezes tampouco de atuar em equipe… É um cara que, além de mais otimista e agregador, também se permite ser vulnerável, se envolver, se apaixonar, deixar as pessoas se aproximarem.

Os caras do The Nerdist, aliás, publicaram um artigo muito legal EXALTANDO o Asa, talvez um dos personagens mais resistentes da editora depois de tantas mortes e mudanças de identidade que tentaram lhe fazer nos últimos anos. E eles lembram que Dick, sim, aprendeu MUITO com Bruce Wayne, claro, em especial para atingir a perfeição física enquanto ginasta e também mental enquanto detetive e investigador. Mas ele sempre foi muito próximo de um certo Clark Kent – e a amizade com o Azulão o tornou uma espécie de segundo mentor pro primeiro Menino-Prodígio, ampliando um olhar mais otimista sobre o mundo. E, por mais que não tenha tido tanto contato DIRETO com a Mulher-Maravilha, uma de suas melhores amigas sempre foi justamente a pupila de Diana, Donna Troy, que compartilhou sua sabedoria ancestral com Dick em diversas ocasiões.

“Em certo sentido, Dick foi o produto final da Trindade, um herói que representou o que havia de melhor no panteão de DC”, finalizam eles. “Em última análise, Dick Grayson não é o Batman. Ele é o Asa Noturna. Ele é seu próprio homem e seu próprio herói. Ele carrega todas as melhores coisas sobre todos os seus mentores, sem toda aquela bagagem coletiva. Ele é um herói que você pode admirar e com o qual pode se relacionar, que sabe como levar as coisas a sério e quando rir delas. E, em última análise, é por isso que Asa Noturna é o melhor dos principais super-heróis masculinos icônicos do Universo DC. No final, ele é realmente o mais humano”. Um bom resumo, creio.

Logo depois de ler este artigo, curiosamente os amigos lá do site & podcast Mansão Wayne me chamaram pra ser convidado especial no episódio a respeito do Asa Noturna. E foi muito legal repassar a trajetória do sujeito de cabo a rabo (ou, no caso, RABA, né) nos gibis e ainda relembrar suas outras versões nos desenhos, nas séries, nos games…

Venha escutar – dá pra ouvir no Spotify, no site da Mansão Wayne ou ainda baixar em MP3 pra escutar onde bem entender.

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