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Gibis de 2024 que você devia ter lido

Quer dizer, gibis que eu li em 2024. Mas não necessariamente precisam ter sido lançados em 2024, né. E tá tudo bem. 😉

Por THIAGO CARDIM

Ano novo, nada mais justo do que começar aqui a nossa leva de “melhores do ano” de 2024. E como este site se chama “Gibizilla”, pois vamos iniciar justamente pelos gibis. Que podem ou não ter sido lançados em 2024. Porque, vamos lá, isso você já sabe, mas vale relembrar: grande parte das maiores editoras simplesmente ignora a nossa existência – então, não tem chance alguma do nosso salário permitir comprar tudo que saiu ao longo do ano. Fizemos o que deu, hahahahaha.

(imagino, inclusive, que “Como Pedra” seja realmente incrível, mas a grana tá curta e não permitiu trazer ainda pra nossa coleção, rs)

Então, separei aqui algumas das melhores leituras pelas quais passei os olhos em 2024, incluindo alguns gibis que não são necessariamente de 2024, mas que a gente de alguma forma garimpou e tirou lá das nossas prateleiras (confesso que, como juntamos a minha coleção com a da Gabi quando casamos, tem várias coisas ali que eu ainda nem li, mesmo cinco anos depois).

Aproveitando: se quiser continuar a acompanhar tudo que eu vou lendo durante o recém-iniciado ano de 2025, segue a nossa hashtag #GibisDoGibizilla no BlueSky ou no Instagram. Ou então, cola lá no meu painel de registro de leituras no Pinterest, tudo sempre atualizadinho.



Go Go Power Rangers – Vol 1 (IndieVisivel Press)
Gibi de hominho na medida certa: leve e divertido. E o traço do Dan Mora é a cereja do bolo. Curti BEM mais do que a série original (super sentai pra mim sempre foi Changeman), por conhecer mais camadas dos personagens.

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Veja meu vídeo sobre grandes gibis de hominhos!



Brado Retumbante (Independente)
A palavra aqui é “incômodo”. Uma trama que traz eventos sobrenaturais de horror pro período da ditadura brasileira e que, mesmo assim, é mais apavorante nos momentos em que “pessoas de bem” resolvem lutar pelo que é “certo”.

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Caverna do Dragão: Aventuras de Sábado Pela Manhã (Editora Excelsior)
Mas que baita leitura! Tem o clima do desenho original mas sem subestimar a inteligência de quem tá lendo; um traço cartunesco ágil e divertido; referências à série e também ao RPG; e cria novas dinâmicas entre os personagens. AMEI!

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A Virgem Vermelha (Veneta)
Belíssimo retrato da história real de uma mulher que sonhou liberdade e semeou revolução – sempre com um olhar para o futuro que muita gente chama apenas de “utopia”.

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Veja o meu Review Express!

Anésia & Dolores (Independente)
Uma das minhas tiras nacionais favoritas, mais do que apenas sobre o delicioso mau humor da Anésia, mas também sobre as dinâmicas únicas de amizades duradouras e como a gente envelhece com dignidade, humanidade, personalidade e persistência.

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Batatinha Fantasma: Aventuras da Vida a Dois (Independente)
Além da sensação deliciosa de entrar na vida da Carol e do Remedios, se tornar melhor amigo deles e compartilhar seus momentos íntimos, fica claro que MUITAS das situações ali descritas podiam ter rolado AQUI em casa mesmo, hahahahahaha

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Só as Melhores (Conrad Editora)
o Paulo Moreira é patrimônio nacional. Cada uma de suas tirinhas tem sabor de Brasil, diálogos que soam reais, que se ouviria em qualquer boteco. Humor com sabor de GENTE. Mas admito que as tiras dos passarinhos são as minhas favoritas, haha

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O Menino de Ouro & A Caixa de Alcebias (Conrad Editora)
Duas histórias nacionais geniais. Curtas mas com uma narrativa divertidíssima, alinhando o non-sense com um texto curto e ritmado, cujo fluxo é ditado pela presença fortíssima de um narrador quase documental. Pra devorar e pedir muito mais.

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Cangaço Overdrive: Além das Raízes (Editora Draco)
A continuação de um dos meus gibis nacionais favoritos continua afiada – Cotiara vem pra SP, numa ambientação cyberpunk mais atual do que nunca, em meio a uma discussão que cabe como uma luva no papo de como as esquerdas devem ou não agir.

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Leia a minha entrevista com o autor!

Kamen Rider Black – Vol 1 (New Pop)
Este mangá tem o espírito do tokusatsu que os órfãos da Rede Manchete conhecem… mas não passa disso. Todo o restante (inclusive o humor, na trama e também no traço) é radicalmente diferente. E isso tá longe de ser uma notícia ruim, rs

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Rocketeer – A Grande Corrida (Editora Heroica)
Bela homenagem a este verdadeiro ícone dos gibis independentes, continuando a história a partir da trama original e apresentando ainda mais personagens interessantes ao cardápio de coadjuvantes. Leve, divertido e cheio de ação!

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Asa Noturna 6 (Panini Comics)
Continua o melhor gibi de hominho atual. A história dele com o Jon Kent é uma fofura, a HQ em primeira pessoa é genial – e esta maluquice envolvendo os demônios do Neron é só pra mostrar o quanto o Asa não precisa de poderes pra ser FODA.

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Ultimate Homem-Aranha (Panini Comics)
A Marvel resolveu, recentemente, trazer o Universo Ultimate de volta. Ou pelo menos a ideia do que ele seria – mas, ao invés de pensar em “o que aconteceria se os heróis da Casa das Ideias tivessem sido criados nos anos 2000”, eles simplesmente deram liberdade aos criadores para que repensassem os bonecos todos do jeito que preferissem, com um viés preferencialmente BEM diferente das versões que conhecemos desde sempre. No caso do Aranha, o roteiro é de ninguém menos do que Jonathan Hickman, o cara que criou a longeva e elogiada fase Krakoa dos X-Men, aquela que virou o status quo dos mutantes do avesso. E era isso que ele estava disposto a fazer com Peter Parker, obviamente que numa escala um tanto menor, devidamente acompanhado pelo traço certeiro, ágil e moderno de Marco Checchetto – ilustrador italiano que talvez seja hoje um dos maiores nomes dos desenhos na Marvel.

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Leia a minha resenha dos primeiros números!